Lasers: receios, expectativas, cuidados
- Rita Travassos
- 20 de mar. de 2019
- 3 min de leitura
A popularidade dos tratamentos com laser para questões dermatológicas tem sido crescente e cada vez mais se prometem resolver mais e novos problemas/ patologias com estes dispositivos.

A evolução tecnológica é demasiado rápida para acompanhar a introdução dos novos lasers, com estudos concretos abarcando todas as suas potencialidades.
Pelo que, é necessária ponderação, bom senso e experiência para garantir respeitar expectativas, trabalhando com eficiência e segurança.
Hoje em dia múltiplas são as condições dermatológicas tratadas com lasers, mas as mais populares são: cicatrizes (de acne, ou outras), lesões vasculares (aranhas vasculares, lesões vasculares congénitas ou adquiridas, varizes superficiais), manchas castanhas na pele (lêntigos, sempre após observação por dermatologista para excluir potencial maligno das lesões), remoção de tatuagens, tratamentos de rejuvenescimento/ anti-aging, remoção de pêlos (epilação).
E então decide fazer um tratamento laser...
Quais as preocupações?
Quando?
A escolha na época do ano para fazer os tratamentos é fundamental.
Estes tratamentos devem ser feitos preferencialmente no outono/ inverno, especialmente se forem realizados em áreas expostas, pois a exposição solar no período subsequente pode condicionar a hiperpigmentação secundária (escurecimento da pele nas áreas tratadas). Deve ser evitada ao mínimo a exposição solar nas 3 semanas após tratamento e exposição solar franca (nomeadamente férias de praia/ neve) nos 3 meses seguintes.
As suas expectativas
Número de tratamentos
Raros são os tratamentos laser em que basta uma única sessão. Isto porque no primeiro tratamento habitualmente não são usadas potências muito elevadas, para garantir a segurança, e em tratamentos seguintes podem ajustar-se os valores, de acordo com a resposta inicial (isto aplicando-se tanto a laser de ressurfacing, como lasers vasculares e de pigmentadas);
Resultados
Variáveis individuais podem condicionar o resultado final, nomeadamente o fototipo. Nos fototipos mais altos (peles mais escuras) alguns lasers não são recomendados pelo potencial de hiperpigmentação secundária e outros podem exigir potências mais baixas para garantir a segurança. Se vai tratar lesões vasculares ou rosácea, o calibre dos vasos também está associado à resposta (por exemplo, a resposta em lesões muito subtis é menos notória).
Informações importantes para o médico
Doenças/ medicamentos
É fundamental que o médico que vai fazer o procedimento esteja informado dos seus antecedentes médicos e dos medicamentos em curso (nomeadamente anticoagulantes, AAS, isotretinoina).
É essencial informar o seu médico se tem herpes labial, antes de fazer laser de ressurfacing, para que possa ser realizada a devida profilaxia (evitando a recorrência do herpes na área tratada). Se tem acne e esteve/ está a fazer tratamento em comprimidos tem de informar o seu médico, pois alguns destes fármacos têm de ser suspensos algum tempo antes de realizar o laser em segurança (especialmente o de ressurfacing para cicatrizes).
E como vai ficar depois do tratamento?
Especialmente no caso dos tratamentos laser da face uma das preocupações é o aspecto da pele após o tratamento e quando pode voltar à sua rotina.
Habitualmente após laser de ressurfacing da face, a pele vai ficar vermelha, edemaciada, vai fazer crostas e depois descamar. Estas alterações podem ser acompanhadas de algum desconforto (ardor) inicial e na fase final prurido (comichão).
Deve evitar arrancar as crostas ou coçar, para não provocar a formação de cicatrizes.
Geralmente ao fim de 6 dias o aspecto da face já retornou à normalidade.
Será recomendada a aplicação de um creme cicatrizante e protecção solar (SPF 50+, que deve aplicar nos 3 meses seguinte, diariamente).
No caso dos lasers vasculares, vermelhidão e manchas violáceas (púrpura) podem surgir logo após o tratamento nas áreas tratadas.
É normal que tal aconteça, e geralmente está associado a boa resposta ao tratamento. Ao fim de 1-2 semanas já terão desaparecido.
O tratamento com laser de condições dermatológicas deverá ser realizado por médico dermatologista, que avaliará não só a patologia/ condição em causa, determinando se o laser será o melhor tratamento para a situação, assim como detém o conhecimento sobre a utilização destes dispositivos e tratamento dos efeitos relacionados com a sua utilização.
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